À frente da CP Imóveis há mais de três décadas, Paulo Nascimento – o Paulinho – dá uma verdadeira lição de otimismo e resiliência em uma entrevista exclusiva ao nosso Blog CP.
Em um bate-papo repleto de conteúdo e de ponderações sobre o mercado pré, durante e pós-pandemia, Paulinho revela suas perspectivas e sentencia o principal diferencial do segmento imobiliário para o chamado novo normal: “É e sempre será o investimento mais seguro”.
Blog CP: Como o senhor está avaliando o mercado imobiliário em meio à pandemia?
Paulinho: É um momento diferente, costumo falar que estamos atravessando duas pandemias: a biológica e a pandemia dos juros. Se por um lado a economia está sendo drasticamente afetada, a redução de juros a taxas historicamente baixas nos proporciona um momento especial para o segmento imobiliário. Para quem há alguns anos trabalhava com juros absurdos de até 20% no setor, e hoje chegamos na casa dos 2% graças ao trabalho do ministro Paulo Guedes, nos dá um verdadeiro ânimo. Tenho falado com amigos do mercado paulista e em São Paulo já se nota uma mexida, uma movimentação para as construtoras. Como aqui o mercado normalmente reage de 60 a 90 dias após o cenário paulista, estamos com boas expectativas.
Blog CP: Quais são os diferenciais deste momento atípico?
Paulinho: Notamos um impacto positivo na procura por usados. Na verdade, o cenário como um todo não está ruim, a única estagnação se dá no segmento de imóveis comerciais. Acredito que as pessoas que estavam indecisas em investir no setor imobiliário, um público que vivia de um pequeno juro, está percebendo que seu investimento será negativo em 2020, por isso migra para o investimento em imóveis. Já temos investidores buscando alguma coisa conosco, hoje uma rentabilidade de 0,3% a 0,4% ao mês já é considerada positiva… É um cenário novo, e eu acredito no mercado imobiliário.
Blog CP: A CP Imóveis tradicionalmente preza pelo relacionamento muito próximo com seus públicos. Como trabalhar neste cenário de distanciamento social?
Paulinho: Ainda ontem estava falando com um amigo que mora fora do Brasil, se esta pandemia ocorresse há 20 anos, não sei o que seria. Hoje, conseguimos manter o contato com 98% dos clientes e amigos através do celular, do WhatsApp. A comunicação está muito direta, a tecnologia está a nosso favor. Na CP, buscamos otimizar processos dentro deste contexto, trazendo inovações como a assinatura 100% digital dos contratos. São facilitadores que os novos tempos nos trazem.
Blog CP: Vem aí uma onda de divórcios após a pandemia? Empresas migrando para outros espaços e salas comerciais, readequando sua operação? Teremos oportunidades?
Paulinho: Ainda é cedo para prever. Ontem à noite (23), após o Gre-Nal, passei pela Av. Nilo Peçanha e me chamou a atenção a quantidade de bares e restaurantes fechados, tudo escuro, tudo muito triste. Embora sejamos otimistas, entendemos que a retomada geral da economia se dará em câmera lenta, e não de uma hora para a outra. Talvez no final do ano comecemos a sentir alguma reação positiva das empresas…
Blog CP: E sobre o Litoral, onde a empresa também atua, como podemos traçar um panorama geral?
Paulinho: Frequento a região litorânea há mais de vinte anos, e tenho ido todos os sábados. É impressionante, você sente a pulsação da cidade, a movimentação das pessoas. Supermercados lotados, pessoas passeando. O ar da praia dá uma sensação de bem-estar e saúde, por isso cada vez mais gente do interior começou a buscar no Litoral a sua segunda casa. Nosso braço em Xangri-lá vai muito bem, especialmente com a explosão dos condomínios residenciais.
Blog CP: Se fizéssemos essa entrevista dentro de 365 dias, como o senhor imagina a CP e o mercado daqui a 1 ano?
Paulinho: Se tudo continuar assim, estaremos muito bem, obrigado. Certamente estaremos de casa nova, acredito que em cerca de 90 dias a CP Imóveis estará trocando de sede, investindo em um espaço maior e mais adequado aos nossos clientes. Se estamos fazendo este investimento, é porque acreditamos no segmento. A pandemia será passageira, já passamos por momentos conjunturais delicados, mas tudo passa. Aprendi um ensinamento em 1975 com um grande investidor da Zona Norte, que atuava sobretudo na área da Av. Baltazar de Oliveira Garcia. Ele me disse: “Paulinho, terra não se dá, terra se vende”. É um segmento fascinante. É, sempre foi e sempre será o investimento mais seguro.